Na sexta-feira, eu estava online no Facebook,
quando fui abordado pelo Pedro (um amigo) sobre uma ideia de matéria para o
blog.
Ele disse que há uns dias, no café da manhã, ele estava
comendo uma fatia de pão quando se questionou qual seria o melhor
acompanhamento para aquele alimento, em termos nutricionais. Ele também disse
que lembrou que havia muito tempo que ele não comia manteiga (a original), e
achava que maionese não era muito saudável. Então, ele resolveu me sugerir isso
como matéria, e eu aceitei. Vamos ver os prós e contras dos acompanhamentos mais comuns na nossa mesa?
Queijos
Os produtos lácteos são ótimas fontes de nutrientes na
alimentação. Ricos em cálcio, proteínas, vitaminas lipossolúveis e do complexo
B, os queijos aparecem frequentemente na mesa do brasileiro. Pelos diversos
métodos de produção, variedades de leite e tipos de queijo, a escolha do queijo
apropriado à dieta deve ser feita com atenção.
Queijos mais gordurosos, como o minas, o prato, cheddar e
as variedades importadas (como Gorgonzola, Roquefort, Emmental) devem ser
consumidos com moderação. Apesar de possuírem nutrientes, estes tipos são ricos
em gorduras e possuem mais alto valor calórico (aproximadamente 350 a
450kcal/100g de queijo)
As variedades light, como o minas light, ricota e
cottage, menos ricos nas vitaminas A, D e E (por possuírem menos gordura), são
indicados para dietas de emagrecimentos. A ricota, como é feita com o soro do
leite, apresenta alto teor de soro-proteínas, mais nutritivas que as proteínas
normais dos queijos (na maioria, a caseína).
O requeijão, com aproximadamente 85 kcal/colher de sopa,
deve ser evitado. Além da alta taxa de gorduras, também carrega grande teor de
sódio. Sua versão light pode ser consumida com moderação.
Cream cheese
Este produto, de sabor mais suave e textura mais macia,
não é tão frequente na mesa do brasileiro devido ao seu preço mais alto.
Entretanto, o cream cheese (cuja marca de referência é a Philadélfia) é
clássico no “breakfast” americano e também pode ser usado em receitas como o
cheesecake.
Um pouco menos calórico que o requeijão, o cream cheese
apresenta ainda a vantagem de possuir menos sódio. Sua ressalva ainda
encontra-se no valor energético elevado, cerca de 72kcal/colher de sopa.
Margarina/Manteiga
A disputa entre as duas é clássica. A manteiga
tradicional é obtida através do processamento da nata do leite, e carrega
consigo as vantagens e desvantagens desta parte. Os nutrientes do leite estão
presentes na manteiga, assim como o alto teor de gorduras saturadas.
Já a margarina, que na sua criação, foi muito atacada por
conter as temidas gorduras trans, hoje conta com processos de fabricação
diferentes, eliminando este tipo tão danoso de gordura. Feita a partir de óleos
vegetais, a margarina não contém colesterol e ainda pode ser adicionada de
ômega 3 e 6, vitaminas e outros nutrientes, de modo a ficar mais atrativa.
Em valor calórico a margarina leva a vantagem na dieta,
pois possui maior proporção de água, e ainda pode vir no tipo light com ainda
menos calorias.
Creme de avelã (Nutella)
Esta opção ganhou a mesa do público mais jovem. De sabor
delicioso e fácil combinação com pães, bolos e torradas, o creme de avelã é uma
ótima fonte de energia: este produto conta com bastante açúcar em sua fórmula,
o que lhe garante 105kcal/20g do produto.
Creme de amendoim
Um pouco incomum na mesa do brasileiro, a manteiga de
amendoim (aqui vendida sob a marca “Amendocrem”) é uma opção nutritiva (apesar
de não dietética). Apesar de possuir 120kcal/20g por seu elevado teor lipídico,
a maior parte da gordura presente é do tipo monoinsaturada, apontada como
benéfica à saúde. Além disso, possui alto teor protéico, vitamínico e de
fibras.
Uma outra vantagem também é seu baixo índice glicêmico, o
que não causa picos de glicose na corrente sanguínea (fato que pode levar a
diabetes). A manteiga de amendoim também é recomendada aos intolerantes a
lactose, já que sua fórmula não conta com nada de leite.
Frios
O frio mais comum e barato, largamente consumido, é o
presunto. É uma opção boa, com cerca de 20kcal/fatia e bom valor proteico. Sua
desvantagem está na quantidade de gordura do tipo saturada, apontada como
maléfica ao sistema cardiovascular.
Os defumados light (peito e blanquet de peru, chester)
são recomendados para dietas, pois apresentam apenas 10kcal por fatia.
Entretanto, a presença de nitritos (apontado como agente cancerígeno derivado
da defumação) e alto teor de sódio devem ser considerados.
Embutidos (Salame, mortadela)
Quem consome esses produtos
sabe que eles são gordurosos. Aquelas bolinhas brancas cravejadas na carne nada
mais são que glóbulos de gordura, integrante do pescoço e do toicinho do
animal. Ambos ainda apresentam alto teor de nitrito e nitrato (possivelmente
cancerígenos), sódio e gordura saturada. A mortadela, apesar de possuir mais
água, também leva como conservante o açúcar. Por isso, melhor evitar os
embutidos.
Geleia
A geleia tradicionalmente é
composta da fruta, água e açúcar, cozidos até o ponto certo. A concentração de
açúcar lentifica a produção de bactérias, agindo como conservante natural. A
vantagem desse acompanhamento está nos valores de fibra alimentar e minerais,
presentes na fruta, além do baixo teor de gordura. A desvantagem se encontra na
quantidade de carboidratos simples (o açúcar usado na produção e a frutose
natural).
Hoje também há a geleia dietética,
feita com adoçantes e conservantes artificiais. Apesar do valor reduzido de
calorias e carboidratos e da presença de algumas vantagens da fruta, não se
sabe exatamente das implicações destes produtos artificiais na saúde humana a
longo prazo.
Maionese
Com composição semelhante a da margarina, a maionese já foi vista como vilã. Pudera: em sua produção clássica, contava com enormes quantidades de óleo e ovos, além do risco de contaminação por salmonela.
Hoje, graças aos emulsificantes e estabilizantes e à prática de pasteurização dos ovos, a maionese tem voltado à mesa do brasileiro. Uma ressalva apenas para o valor de sódio.
Patê de carne (frango, fígado etc)
Este produto demanda atenção,
pois apresenta muita gordura saturada e valor calórico considerável. Para
passar pouca quantidade, é uma boa opção para variar o sabor, mas nada de
exagero. Uma opção boa seria fazer o seu próprio patê em casa, pois assim
poderia controlar o que está na receita.
Neste artigo, abordei os
principais acompanhamentos para o pão utilizados no café da manhã em nosso
país, apontando as vantagens e desvantagens. Podemos concluir que,
independentemente da escolha, o que vale é sempre a moderação. Todas as opções
apresentam seu valor, e podem fazer parte de uma dieta equilibrada e bons
hábitos de vida.
Mas e você, me conte, o que
gosta de comer com pão?