Google + Jovem Foodie: Sempre há espaço pra mais comida... Porquê?

18 de agosto de 2012

Sempre há espaço pra mais comida... Porquê?

Nem precisa ser muito glutão pra vivenciar esta situação: após uma grande refeição, você já está "lotado" e não aguenta comer mais nada, mas é só aparecer uma sobremesa que um espaço no estômago surge como passe de mágica. Isso também acontece com uma fatia de pizza, um pedaço de bolo, um biscoito... Mas se já estamos mais que satisfeitos, porque sempre aguentamos mais?


A fome (ou a ausência dela) são reguladas por dois hormônios: a Grelina, que é secretada quando seu estômago está vazio, e interage com um neurotransmissor responsável por passar a sensação de fome, e a Leptina, que inibe esse neurotransmissor, desligando a sensação de fome.
Mas na verdade, o fenômeno relatado tem a ver com os nossos instintos de sobrevivência. Em um passado remoto, quando a comida era escassa (entenda isso como no tempo das cavernas) e nunca se sabia quando seria a próxima refeição, havia a necessidade de comer o máximo possível para "estocar" no corpo. Por isso, comidas calóricas, gordurosas ou ricas em carboidratos são as mais apetitosas: elas são as que garantem maior acúmulo de energia e por mais tempo.
Entretanto, se nestas ocasiões de alimentação os homens-das-cavernas fossem comer apenas para ficar satisfeitos, talvez não fosse o suficiente. Então, aos poucos, os hormônios reguladores da fome foram se ajustando, fazendo que o instinto de sobrevivência passasse por cima das ordens dos hormônios.
Nos tempos modernos, não há essa dificuldade para obter alimentos: são lojas, restaurantes, lanchonetes, delivery até pela internet! Mas esse instinto de sobrevivência não mudou.

Além disso, há uma outra vertente, relacionada com os centros de prazer.
Nosso cérebro é programado para nos permitir o prazer. É só observar os vícios, que são formas exageradas e danosas de obter prazer: jogos, drogas, sexo, comida...
Então, quando estamos de estômago cheio mas continuamos diante de um alimento saboroso, o cérebro entra em um dilema entre os centros de prazer (que dizem: "coma mais, é tão bom...") e o hormônio da saciedade (que diz: "chega, é o suficiente"). E não tem jeito, os centros de prazer ganham na maioria das vezes.

Talvez isso explique um dos motivos orgânicos das desordens alimentares. Na compulsão alimentar, por exemplo, o centro de prazer ganharia em qualquer "disputa", e por qualquer coisa ao invés de apenas certos pratos. A pessoa sentiria o mesmo prazer comendo um pote de sorvete ou mais um prato de comida.
Na anorexia, talvez "comer" não compensasse em prazer, fazendo que as pessoas com essa desordem não se interessassem mesmo se tiverem fome.

Bem, é isso... Espero que tenham entendido um pouco mais sobre fome e nossos instintos. Qualquer dúvida, correção ou sugestão, deixe um comentário, será muito bem vindo.
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