Google + Jovem Foodie: Alimentos do futuro

27 de agosto de 2012

Alimentos do futuro

Sabemos que a alimentação mudou muito ao longo da história: o ser humano já dependeu da caça, pesca e coleta, depois aprendeu a cultivar e criar suas próprias plantas e animais de acordo com as regras da natureza, e agora aprendemos até a transgredir algumas regras (transgênicos, hormônios do crescimento, mutações favoráveis, cruzamentos com características desejadas etc)...
Só que desde os transgênicos não temos recebido grandes novidades. Os orgânicos, que surgiram em resposta à "onda verde" de consciência ambiental, ainda não ganhou força suficiente para indicar um novo paradigma na alimentação.
Não, comida de astronauta não está incluída hehe
Mas sempre há a necessidade de mudança. Pesquisas fazem questão de divulgar que o estilo de vida do homem moderno é insustentável e danoso ao planeta, e que se não nos adaptarmos talvez entremos em extinção. Exagero? Catastrofismo? Não, é apenas uma das leis da natureza que não podemos mudar: animais que extinguem seus recursos, acabam por extinguir a si próprios.
E para isso, alguns estudiosos apontam os novos caminhos que a alimentação humana seguirá. Vejamos o que nos espera:

1. Insetos

Eu comeria sem o menor nojo!
Em alguns países, a entomofagia (consumo de insetos) já é tradicional. São nações assoladas por grandes guerras, fomes ou falta de espaço para a agricultura convencional. Tailândia, China, México, Camboja entre muitos outros são conhecidos pelo consumo de larvas, pupas, insetos adultos, ovos. Quem nunca viu um espetinho de escorpião, barata ou besouro frito em um documentário sobre a China? Ou as tarântulas que são vendidas em barraquinhas de rua no Camboja?
E o resto do mundo, será que embarcará nessa? Se levarem em conta apenas as propriedades nutricionais e a taxa de poluição baixíssima envolvida na criação de insetos, certamente! Se for considerar o nojo que a grande maioria tem por insetos... a figura muda.
A "carne" de insetos é muito vantajosa: apresenta grande valor proteico, baixas taxas de gordura, sua alimentação é barata, não precisam de muito espaço para criação, se multiplicam rapidamente, não poluem (a agricultura é a grande responsável pelo efeito estufa)... Por isso, o governo da Holanda já investiu um milhão de euros para estudar meios de introduzir os insetos na alimentação do povo.
A grande dificuldade de incentivar a entomofagia é reverter a falsa imagem de que "insetos são sujos". Falsa porque os insetos para este fim são criados sob condições controladas, e não simplesmente apanhados por aí.

Ah, uma coisa que lembrei: acha que comer insetos tá muuuuuito longe da sua realidade? Pesquise sobre o corante "carmim de cochonilha", presente na maior parte dos produtos industrializados de cor vermelha, rosa ou roxa que você consome. Iogurtes, bolos, geléias, sorvetes... você já comeu taaanto de insetos e nem sabe.

2. Música e comida

Comer comer (da) Eliana não é recomendado durante as refeições.
Algumas pesquisas sugerem uma intensa relação entre os sentidos de audição e paladar. 
A Universidade de Oxford pesquisou algumas relações entre o que se houve e o que se degusta. A música certa pode fazer uma comida parecer mais adocicada do que ela realmente é. Um outro exemplo seriam os sons graves de instrumentos metálicos de sopro (sax, tuba, trompete), que destacariam o sabor amargo de alguns alimentos.
Quem nunca comeu ou bebeu o mesmo alimento em dois ambientes distintos, e teve experiências diferentes por causa do som? Este fato, se for consolidado e melhor delineado por estudos pode ser mais uma carta na manga de donos de restaurantes e lanchonetes no futuro: a comida pareceria melhor pela música.
Um outro estudo afirma também que sons muito altos te fazem comer mais, sem que você perceba. Quem se beneficiaria disso? Talvez donos de boates...
E o som também pode auxiliar em terapias de emagrecimento, fazendo que a pessoa coma menos doces ou outros tipos de alimentos apenas escutando determinada melodia durante as refeições. Quem sabe?

3. Carne de laboratório

A grande poluição causada pela agricultura e os maus tratos aos animais causariam o fim do consumo de carne? Parece que não...
Pesquisadores da Holanda estão desenvolvendo um tipo de "carne in vitro" a partir de células-tronco de vaca, e esperam conseguir um hamburguer artificial ainda no fim de 2012.
Além de evitar o "peido da vaca" (vacas são graaaaaandes produtoras de metano, gás altamente causador de efeito estufa), esta carne poderia ser adaptada para certas demandas saudáveis ou nutricionais.
O que atrasa a chegada desta carne artificial no mercado é o gosto: os pesquisadores ainda não conseguiram simular a carne "natural". Deve ser porque carne é muito mais que um punhado de células... Vai saber.

4. Algas

Fazenda de algas
"Futuro? Nunca comeu sushi não, fi? Tem alga lá ó". Sim, o mundo todo já conhece a alga Nori, a usada pra os sushis (ou kibe, se te faltar um parafuso como eu), e talvez a alga Kombu que é utilizada em alguns pratos orientais. Já na alimentação diária da maior parte do mundo ocidental, as algas não estão tão presentes.
É uma pena, pois a "produção" de algas não precisa de muito espaço e nem demanda de água potável, ao contrário da agricultura comum.
Além disso, algas são riquíssimas em minerais essenciais ao corpo, principalmente o iodo. Já pensou em livrar-se do sal iodado?
E como os insetos, as algas poderiam ser adicionadas aos nossos alimentos sem que soubéssemos: na fabricação de pães e outros produtos processados.

5. Carne feita a partir do esgoto

Qué bifin de ralo, qué?
Tá, chega. Algas, carne de laboratório e até insetos OK. CARNE DO ESGOTO NÃO! Não pra mim. Talvez pra população de Tókio...
A ideia surgiu quando o governo de Tókio pediu para que cientistas arrumassem um jeito de aproveitar o esgoto da cidade. No laboratório, o pesquisador japonês Mitsuyuki Ikeda conseguiu extrair os nutrientes presentes nos dejetos humanos (que, antes de tudo, são orgânicos) e "condensar" em um tipo de carne.
O alimento é composto por 63% de proteína, 25% de carboidrato, 3% de lipídios e 9% de minerais, e poderia ser menos calórico. Para melhorar as propriedades organolépticas, o pesquisador adicionou corantes e aroma artificial de soja. Quem degustou, afirmou que tinha sabor de bife. Aposto que eles não sabiam a origem do bife.
O preço ainda não compensa, mas o pesquisador espera que incentivos baixem os custos de produção e pesquisa, tornando o produto ecologicamente amigável em economicamente viável.
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